Feridas que não cicatrizam, entenda!
- Enf.Angélica Faria - Especialista em Infecção e
- 8 de jul. de 2018
- 2 min de leitura

As feridas são rupturas estruturais ou fisiológicas no tegumento ou seja na pele que iniciam respostas de reparação complexa e baseada na interação entre células inflamatórias e mediadores.
O surgimento de uma ferida em um organismo desencadeia uma cascata de reações celulares e bioquímicas com objetivo de reparar o tecido lesionado.
Em pessoas com doenças sistêmicas como diabetes mellitus, alterações hematológicas, doenças cardiovasculares, nutrição pobre, desidratação, baixa resposta imunitária, baixa perfusão tecidular de oxigênio pacientes diabéticos, este reparo é lentificado.
Nesse sentido, o tratamento de feridas crônicas representa um grande desafio para os profissionais de saúde, de onde se destacam os enfermeiros pela natureza da sua profissão.
Vários mecanismos são apontados como fatores importantes na diminuição do processo de cicatrização, entre eles, a produção excessiva de Espécies Reativas de Oxigênio (ROS), diminuição do Óxido Nítrico (NO), diminuição da reposta aos Fatores de Crescimento (GFs) e das proteínas da via de sinalização da insulina. Este processo complexo para a cicatrização de feridas, esta comprometido no diabético. A presença da disfunção endotelial, caracterizada pela incapacidade das artérias e arteríolas em desempenhar suas funções na regulação do tônus vascular, em resposta a um estímulo apropriado, leva a um microambiente isquêmico. Isto significa que ocorre pouca oxigenação para as células do organismo restabelecer as funções que contribui para cicatrizarem as feridas .
O tratamento de feridas é uma área complexa que requer uma intervenção avançada, centrada numa abordagem holística da pessoa, para isso há necessidade de haver por parte dos enfermeiros uma prática baseada na evidência, uma a gestão clínica integrada da ferida e um trabalho entre uma equipe multidisciplinar, quando a situação assim o exige.
A cicatrização de feridas é, assim, um processo fisiológico, através da qual o corpo substitui e recupera o tecido danificado, restabelecendo a integridade da pele com a maior brevidade de tempo possível.
As feridas agudas seguem progressivamente o processo de cicatrização normal que ocorre em torno de 4 semanas. Já as feridas crônicas, pela sua natureza complexa, permanecem estagnadas numa das fases do processo de cicatrização , geralmente inflamatória. O estado inflamatório é marcado pelo aumento de citoquinas pro-inflamatórias e quantidade excessiva de neutrófilos; sendo estes fatores que prolongam o tempo de cicatrização para além do normalmente esperado. Existe uma série de barreiras para a cicatrização das feridas cronicas e fatores que aumentam o risco de infeção numa ferida. É inevitável que feridas crônicas ou seja aquelas que demoram a cicatrizarem , as vezes chegando até anos, sejam colonizadas por microrganismos, mas o sistema imunitário quando inato, geralmente elimina a carga microbiana no decurso da cicatrização de feridas. No entanto, quando este está comprometido, a proliferação da carga microbiana sobrecarrega a resposta do sistema imunológico podendo levar à colonização crítica e até à infeção.
em determinados casos a necessidade de uso de antibiótico oral para evitar uma infecção sistêmica ou seja em outra parte do organismo.
O tratamento das feridas crônicas geralmente institui a redução das bacteriais nas feridas e o controle do ambiente da ferida, para desta forma otimizar sua cicatrização. por meios de curativos interativo e tecnologia inovadora. Desta forma as feridas podem ser tratadas de forma humanizada devolvendo qualidade de vida ao portador de feridas crônicas .
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