Conheça a importância da hemoglobina glicada no controle da diabetes

O Diabetes mellitus (DM) é considerado um relevante problema de saúde, principalmente porque o número de indivíduos portadores está aumentando devido a fatores como o crescimento e envelhecimento populacional, obesidade e sedentarismo.

Diabetes é um conjunto de distúrbios que resulta da falta relativa ou absoluta de insulina. Seu diagnóstico não é difícil principalmente quando o paciente apresenta os sinais clássicos como poliúria(eliminação de grande volume de urina num dado período), polidpsia( sede excessiva), polifagia(fome excessiva), fraqueza, perda de peso, entre outros, porém, como ocorre na Diabetes tipo 2, a pessoa pode ser assintomático e por essa razão o diagnóstico na maioria das vezes ocorre tardiamente, juntamente a detecção das complicações crônicas. Devido à presença de complicações como neuropatia, nefropatia e retinopatia, que implicam em um impacto negativo sobre a qualidade de vida do indivíduo, se torna indispensável o monitoramento da eficácia do tratamento.

Existem alguns métodos de monitoramento do tratamento da hiperglicemia e entre eles se encontra a avaliação dos níveis de Hemoglobina glicada.

A Hemoglobina glicada (HbA1c) é um conjunto de substâncias formadas em reações entre a hemoglobina normal e o açúcar e reflete a média dos níveis glicêmicos do indivíduo dos últimos dois à quatro meses, sendo portanto um acompanhamento mais preciso da oscilação da glicose no sangue.

Foi demonstrado no estudo Diabetes Control and Complications Trial , que manter os níveis de hemoglobina glicada acima de 7% acarreta um risco maior de complicações crônicas e também podem indicar um prognóstico em relação ao avanço dos problemas relacionados ao diabetes.

A diabetes provoca um estado permanente de hiperglicemia ( excesso de açúcar no sangue) é tóxica ao organismo e acarreta no desenvolvimento de lesões irreversíveis afetando os rins, olhos e outros órgãos, grandes e pequenos vasos e também a coagulação sanguínea. Um importante dado a salientar que demonstra a gravidade dessas complicações é que entre as principais causas de óbito de portadores de diabetes encontram-se as doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, óbito que muitas vezes ocorre de forma prematura, ou seja, quando o indivíduo ainda atua economicamente na sociedade.

A hemoglobina glicada (HbA1c) mostra os valores médios da glicemia nos 2 meses e não apenas os níveis momentâneos como ocorre nos testes de glicemia.

De acordo com a atualização da Diretriz da Sociedade Brasileira de Diabetes (2011), a hemoglobina glicada foi revalidada como um dos critérios diagnósticos do diabetes, neste caso o parâmetro limite da hemoglobina é ≥ 6,5%, e a manutenção do nível abaixo de 7% considerada como uma das principais metas no controle do diabetes, visando evitar as complicações decorrentes da alta toxicidade da hiperglicemia.

Da mesma forma que a HEMOGLOBINA GLICADA pode ser avaliada para diagnosticar o diabetes, o teste também é válido para o diagnóstico do pré-diabetes ou risco aumentado de diabetes, nestes casos o limite situa-se entre 5,7% à 6,4%.

Os testes de hemoglobina glicada devem ser realizados regularmente e de preferência no mesmo laboratório para evitar variações que podem ocorrer quando são utilizadas diferentes metodologias. Pacientes que apresentam controle estável da glicemia devem repetir o teste ao menos de seis em seis meses, e pacientes que não atingem as metas glicêmicas ou com alterações na terapêutica devem repetir o teste de três em três meses.

Valores de hemoglobina glicada acima de de 7,5% aumentam os riscos para infarto e comprometimento microvasculares que podem levar a feridas e amputações nos pés. Assim fica evidente que os valores da hemoglobina também são importantes no prognostico desta patologia ou seja da gravidade e das complicações do diabetes.

Neste artigo esta claro a importância de fazer este exame para o diagnóstico do diabetes , bem como para um controle mais preciso dos níveis de glicose no sangue.

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